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Subj: µgua e radia‡Æo nuclear
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µgua e radia‡Æo nuclear: as li‡äes de Fukushima e Yodobashi
Por Ren‚ Capriles e L£cia Chayb, da revista ECO 21
J est circulando a revista ECO 21 de mar‡ä de 2011. Uma das principais
publica‡äes sobre meio ambiente e sustentabilidade no Brasil, a ECO 21 deste
mˆs traz excelentes textos. Veja abaixo o editorial e ¡ndice da edi‡Æo.
Editorial
A contamina‡Æo radioativa chegou … gua de T¢kio. Enquanto as autoridades do
Governo Central do JapÆo minimizavam a real dimensÆo da trag‚dia nuclear, o
Departamento de Obras Hidr ulicas da Prefeitura de T¢kio detectava na Planta
de Tratamento de µgua de Yodobashi ¡ndices radiativos acima do normal
recomendado pela Organiza‡Æo Mundial da Sa£de. Nem mesmo depois das bombas
de Hiroshima e Nagasaki a Planta de Yodobashi tinha registrado radia‡Æo na
gua que abastece a cidade de T¢kio.
A empresa operadora da central nuclear de Fukushima, a Tokyo Electric Power,
desde o in¡cio do vazamento radioativo, propositalmente nÆo informou os
dados verdadeiros que foram revelados pela Agˆncia Internacional de Energia
At“mica (AIEA). Fukushima, hoje, est perigando ser o maior acidente nuclear
da hist¢ria superando largamente Chernobyl e as centenas de acidentes
chamados "menores" acontecidos em usinas nucleares da Europa e dos Estados
Unidos. Os japoneses estÆo em vias de nÆo poder beber, nem usar para
cozinhar a gua das torneiras; tampouco podem comprar verduras e alimentos
produzidos num raio de 100 km de distƒncia dos 4 reatores que explodiram.
Fukushima transformou-se num divisor de guas para a energia nuclear no
mundo inteiro. Alemanha j decidiu desativar as centrais nucleares mais
antigas; a Su¡‡a optou por estudar mais devagar seu projeto energ‚tico
at“mico e at‚ a China, que tinha previsÆo de construir mais de vinte
centrais nucleares est reavaliando a sua matriz energ‚tica. A Öndia parou
todos os projetos, mesmo as usinas em constru‡Æo. Este fato pode ser
interpretado como um alerta para o Brasil. Espera-se que o Congresso
Nacional analise em profundidade os pr¢s e os contras em continuar com Angra
3. Todos sabem que se acontecer uma emergˆncia nuclear em Angra nÆo haver
rota de escape segura para as milhares de pessoas que moram no primeiro
c¡rculo de seguran‡a de 5 quil“metros, nem para os agricultores, caboclos e
cai‡aras que habitam o entorno dessa regiÆo do Estado do Rio.
A caminho da RIO+20, sendo uma referˆncia mundial em energias limpas, o
Brasil continua a aventura nuclear sem um àrgÆo Regulat¢rio Independente.
Hoje, o controle de todas as atividades nucleares, desde a pesquisa,
produ‡Æo de radiois¢topos, presta‡Æo de servi‡os, o ensino para a
especializa‡Æo e de p¢s-gradua‡Æo ‚ exercido pela ComissÆo Nacional de
Energia Nuclear o que ‚ expressamente proibido pelo "Protocolo da Conven‡Æo
Internacional de Seguran‡a Nuclear", do qual o Brasil ‚ signat rio. Este
fen“meno administrativo leva … leniˆncia em rela‡Æo ao licenciamento e a
fiscaliza‡Æo, isto ‚, a uma estrutura administrativa de convivˆncia
conflituosa que nÆo permite m¡nimas garantias de independˆncia para exercer
as suas fun‡äes. No Dia Mundial da µgua, somos solid rios aos japoneses,
infelizmente, amea‡ados de nÆo poder beber nem uma gota procedente da Planta
de Yodobashi.
(Envolverde/ECO 21)
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